As noites são frias na montanha que é o mundo.
Sozinho na varanda, eu penso em vocês.
Não é fácil visualizar esta outra realidade.
Caleidoscópios de luzes nas janelas, vidas aos milhares,
os prédios da cidade.
Onde quem sabe estejam vocês também lembrando
daquilo que fomos e como sabíamos tanto
e não tínhamos medo de viver
aqueles tempos de descobertas pardas e aventuras fugazes.
Sobrevivências geniais para contar nas noites de boteco.
Pensando sempre no que ia ser depois.
E o depois não devia ser assim, tão apenas.
Nós que pulávamos abismos, agora os cultivamos diligentes
e sentimos que no fundo a imobilidade continua,
que estamos como que esperando coisas já acontecidas,
ou que tudo o que pode acontecer é talvez outra coisa ou nada,
como nos sonhos.
Mas nunca estivemos tão acordados.
No entardecer nublado, a maré baixa das amizades que se esfiapam,
que precisam de novidades e novas caixas de cerveja para resistir.
julho 12, 2011 às 2:15 pm
revives…
mudamos em oitavas mundos… em visões re-embaçadas de si mesmos…
novas distancias antes proximidades agora meras lembranças ante a proxima idade…
“mas nunca estivemos tão acordados”
mesmo na nevoa da espuma da cerveja que tb precisa se renovar…
há braços 😉
julho 20, 2011 às 3:43 pm
cervejas e lugares são timidos pedidos de reencontro de olhares…
Fomos cúmplices… víamos o sol nascer, estavamos beira de um abismo…
Somos cúmplices… o sol está a pino e o abismo somos nós…
Seremos cúmplices… o sol irá se pôr e reconheceremos abismos nos nossos olhares…